O plano terapêutico deve ser compartilhado com toda a equipe assistencial
A adoção de planos terapêuticos para os pacientes tem sido um assunto amplamente discutido no setor de saúde. Desde a edição de 2014 do manual da Organização Nacional de Acreditação (ONA), os avaliadores passaram a exigir que as instituições médicas adotassem planos de cuidados para todos os pacientes.
No entanto, bem mais que somente a questão da certificação, relacionada à Joint Commission Internacional (JCI), esses documentos vêm se mostrando ótimas ferramentas de comunicação no gerenciamento e assistência de leitos após o diagnóstico assertivo do paciente.
O plano terapêutico médico e multiprofissional deve envolver toda a equipe assistencial e, além do planejamento de cuidados, precisa considerar o acompanhamento dos resultados de todas as disciplinas que fazem parte das intervenções de tratamento do paciente.
No entanto, vale ressaltar que não estamos falando do plano terapêutico singular que o Sistema Único de Saúde (SUS) adota para os casos de alta qualificada (ou alta responsável), mas sim de uma ferramenta que deve ser aplicada enquanto os pacientes estiverem internados.
Diante disso, neste artigo, vamos abordar a importância do plano terapêutico para os pacientes. Acompanhe a leitura!
O que é o plano terapêutico?
O plano terapêutico pode ser definido como um conjunto de opções terapêuticas individualizadas, documentadas e integradas, que envolve toda a equipe assistencial.
Com abordagem interdisciplinar e multiprofissional, o plano terapêutico deve refletir as decisões sobre os cuidados com o paciente, como as ações tomadas para resolver possíveis problemas apresentados no quadro clínico.
Além disso, o plano também deve considerar as metas estimadas para cada profissional de saúde e se os resultados clínicos esperados do paciente foram alcançados.
Tudo sempre acompanhado e avaliado ou reavaliado, se for o caso, de acordo com sua eficácia e se necessário, adaptado ao seu grau de complexidade.
As instituições de saúde devem sempre promover o envolvimento do próprio paciente ou responsável no que diz respeito aos procedimentos, plano de cuidados e riscos.
Sabemos que não há uma “receita de bolo” para o momento em que médico e paciente compartilham e traçam um plano terapêutico. Cada encontro é único. No entanto, é importante que tenhamos uma direção baseada em normas, a fim de praticar uma medicina justa, sem pressa e mais humanizada.
Principais características do plano terapêutico
O plano de cuidados possui três características fundamentais, são elas:
- A elaboração fica a cargo do médico assistente no ato da internação, ou seja, antes da primeira prescrição. Por esse motivo, a participação do corpo clínico se torna fundamental.
- A iniciação deve ser feita quanto antes, de preferência no momento da solicitação da internação, caso não seja possível, o mais tardar, na admissão do paciente.
- Todo o processo terapêutico (e não somente na alta) deve ter metas claras, mensuráveis e multidisciplinares.
Além disso, o plano terapêutico deve responder à seguinte pergunta: “o que pretendemos para este paciente?”. Embora inconsciente, esse é um tipo de questionamento que todo médico acaba fazendo ao solicitar a internação de alguém.
O problema é que ele não pode guardar a resposta somente para si, mas deve compartilhá-la com toda a equipe multiprofissional e com o próprio paciente.
Diante disso, podemos concluir que o plano de cuidados é uma ferramenta híbrida, ou seja, além de desempenhar a função na comunicação entre pacientes e profissionais da área da saúde, ela também atua na parte administrativa do gerenciamento de leitos.
Por fim, vale ressaltar que um plano de cuidados bem planejado e estruturado contribui significativamente para uma desospitalização mais rápida, redução dos custos que esse serviço envolve, melhor gestão no que diz respeito à taxa de ocupação dos leitos, garantia da boa qualidade prestada na assistência e segurança do paciente.